As fake news tiram o sono das autoridades e ganharam uma proporção surreal nos últimos anos. Apelando pelo lado emocional, elas têm até 70% mais chance de serem compartilhadas do que as notícias verdadeiras, segundo o MIT (Massachussets Institute of Technology).
Para se ter ideia, nas últimas eleições presidenciais dos Estados Unidos, cerca de 40 milhões de fake news foram compartilhadas no Facebook. Os dados são do National Bureau of Economic Research, que também fez uma pesquisa com 1.200 eleitores sobre a credibilidade das fake news. Mais da metade dos entrevistados respondeu ter acreditado em pelo menos uma quando a viu na sua linha do tempo.
Aqui no Brasil os boatos também vivem momentos de glória. Tanto que o próprio WhatsApp, aplicativo onde eles se alastram melhor, ter lançado uma campanha essa semana contra a disseminação de informações falsas. Parece fácil, mas você sabe mesmo diferenciar uma notícia de um mero boato?
Veja abaixo algumas dicas para não ser pego de surpresa e fazer sua parte para que as fake news não dominem a internet.
1) Cheque o site de onde vem a notícia
Primeiro, prefira o bom e velho jornalismo tradicional, isto é, as revistas, jornais e sites mais conhecidos. Mas é preciso ficar atento. Os portais mal-intencionados têm nome e aparência semelhantes aos dos grandes veículos, trocando apenas uma letra, por exemplo, justamente para confundir o leitor.
2) Na dúvida, desconfie de fake news
Notícias extremas demais, que geram ódio e indignação, devem ligar o sinal de alerta, especialmente as com chamadas apelativas, que pedem que o leitor espalhe o link. Como elas são as mais compartilhadas segundo os estudos, costumam compor grande parte das fake news.
3) Procure a fonte original
Se uma matéria cita um estudo de uma universidade ou empresa, busque o dado na fonte original. Se for uma entrevista ou declaração de algum especialista, procure em sites de busca o nome da pessoa e veja se ela realmente falou isso ou algo parecido em algum outro momento. O mesmo vale para prints atribuídos a alguém.
4) Atenção à estrutura do texto
Sites de fake news costumam conter erros de português e chamadas com muitos pontos de exclamação, além de uso exagerado de pontuação e letras maiúsculas no decorrer do texto. A linguagem mais informal também deve levantar suspeitas.
5) Use as agências de checagem
Com o crescimento das notícias falsas, diversos serviços de checagem de dados foram criados tanto pela imprensa tradicional quanto por jornalistas independentes, ligados a redes internacionais de verificação e empresas como o Google. É o caso da Agência Lupa, da plataforma colaborativa Aos Fatos, do Fato ou Fake do G1 e do UOL Confere, para citar alguns exemplos.
6) Combata desde cedo
Neste mês, o Fantástico exibiu uma matéria sobre a Finlândia, país que se orgulha de sua liberdade de imprensa e onde as fake news não prosperam como no resto do mundo. Parte disso se deve à força dos jornais tradicionais do país, alimentada já na escola com a chamada alfabetização jornalística. Lá as crianças assistem jornais feitos para o público infantil, sempre ouvindo os dois lados da história e, assim, desde sempre aprendem a valorizar a imprensa. E a duvidar do que veem na internet.
Elas também são estimuladas a analisar o teor da notícia e, frequentemente, o professor conta notícias falsas e reais para que os alunos descubram juntos qual é a real. Para o país, a escola é a primeira frente de combate às fake news. Vale também destacar que a Finlândia é um dos países que mais lê na Europa.
7) Não compartilhe sem checar
Enquanto programas do tipo engatinham no Brasil – há uma escola em São Paulo, mostrada na matéria do Fantástico, com um projeto na área – nos resta fazer nossa parte. Sempre que for compartilhar uma notícia, verifique sua origem e conteúdo. Você é responsável pelas informações que espalha online.
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