Mix de mídias Conquistada, Compartilhada,
Própria e Paga é a base para o PR contemporâneo
Pronto. Deu. Acabou. O tempo passou e é hora de alguém avisar que você está morto. Superado. Só talvez não tenha percebido isto ainda. Sim, se você é um dos puristas que ainda entendem que o universo da comunicação corporativa se resume a relações com a imprensa – e, no íntimo, se sente um inovador, pois, agora já aceita considerar alguns blogs (aqueles mais sérios) como um tipo de mídia, sinto informar que você faz parte do passado.
A comunicação mudou, a forma como os públicos absorvem informação é totalmente distinta e não é mais possível continuar agindo como se tudo fosse apenas parte de uma conspiração passageira. Não, não vai passar. Vai é radicalizar.
O único caminho possível para as agências e profissionais de comunicação é evoluir junto, abrir seu horizonte e passar a considerar todas as possibilidades de atuação que esta nova era nos permite. Adotar modelos como o CCPP (inspirado no PESO, em inglês) em que se abre espaço para usar um mix de mídias Conquistada, Compartilhada, Própria e Paga para comunicar é um passo que já não deveria nem estar em discussão. É a base para a Comunicação Corporativa/Relações Públicas/PR contemporâneo e inteligente.
Não. O fato de considerarmos o uso de mídia paga não significa que vamos fazer o mesmo que os colegas da publicidade (talvez o grande receio íntimo de muitos colegas – pelo menos foi o meu, confesso, por algum tempo). Significa apenas que vamos considerar o uso de ferramentas semelhantes. O importante é que continua havendo espaço para as duas disciplinas e com a velha distinção de sempre: ambos contamos histórias, sendo que nós trabalhamos no universo da não ficção, que dominamos com maestria (o que é uma vantagem considerável nestes tempos em que a verdade, a autenticidade, é super estimada – vide o caso da recente campanha publicitária da cerveja Heineken).
É, dá um frio na barriga. Mas não fiquemos tão fixos apenas nos quatro quadrantes das mídias, no CCPP, mas olhemos bem para as possibilidades que surgem em suas zonas de convergência. E nas táticas e práticas que podemos adotar para ampliar o alcance de uma história, engajar o público numa nova plataforma de conteúdo, reforçar a reputação de uma marca. Do aproximação de marcas e mensagens com influenciadores (on e off-line, por favor) até a preparação com a identificação das ondas de comportamento que podem ser ‘surfadas’, há diversas práticas que demandam inteligência e profissionais com uma visão ampla e holística da comunicação (seja ela digital, olho no olho ou por meio dos veículos tradicionais).
Na verdade, trata-se de uma libertadora revolução. De um reposicionamento crucial, que tira o setor do papel de ‘uma solução de baixo custo para distribuir conteúdo’ (o que hoje já é feito de forma barata e automatizada) para a criação, planejamento e execução de campanhas integradas de comunicação com foco no conteúdo não ficcional. Do início de uma nova era de oportunidades para quem está aberto a inovar. Bem vindos.
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