Não é à toa que a Defesa da Reputação está entre as principais tendências de marketing para o ano recém iniciado. A soma de consumidores vigilantes e super conectados, da polarização extrema e da forte demanda por propósito e posicionamento das marcas, geraram um ambiente potencialmente explosivo. Assim, a quantidade e a intensidade das crises de reputação tendem a acelerar daqui para frente.
O caso do Flow Podcast é um bom indicativo do que temos pela frente. Semana passada, o podcaster Bruno Aiub, o Monark, um dos fundadores do Flow, virou assunto de todas as mídias (e da Procuradoria Geral da República) depois de afirmar que o Brasil deveria ter um partido nazista. Só que, junto com o comentarista (desligado do programa), a situação arrastou também as marcas patrocinadoras do Flow, que tiveram que agir rapidamente para desassociar sua imagem da vinculação com o podcast.
Ainda estamos por ver desdobramentos do caso, mas, por hora, parece que a ação rápida dos patrocinadores, de abandonar o barco antes do naufrágio, parece ter sido a mais acertada. Afinal, num ímpeto para ‘lacrar’, o Monark radicalizou muito além do razoável em tempos de cancelamento.
REPUTAÇÃO EM CHAMAS
Mas nem sempre o cenário é tão simples. A crise do Flow lembra outro caso recente, em que o Bradesco se viu em meio a protestos de criadores de gado, que chegaram a promover churrascos em frente das agências. O banco foi atacado por patrocinar conteúdo de influencers considerado ofensivo aos pecuaristas. Em uma ação visando mostrar uma postura de defesa da sustentabilidade, com foco no ESG, o vídeo dava dicas de como reduzir os gases geradores do efeito estufa. Entre elas, reduzir o consumo de carne de boi. Indignados com a associação entre o bife e a crise climática, os produtores fizeram barulho e foram ouvidos pelo banco que, com receio de perder os clientes, recuou, negando o apoio ao vídeo e dizendo que o conteúdo trazia uma “posição descabida”.
No caso do churrasco do Bradesco, quem saiu chamuscado foi o banco. A reviravolta em sua posição, de patrocinador de mensagens de consumo consciente a crítico desta posição indicou, para muitos especialistas e o público em geral, que seu discurso pró sustentabilidade está em segundo plano diante de seus interesses comerciais.
E É SÓ O COMEÇO
Importante notar que estamos apenas no primeiro bimestre de 2022 e já temos duas crises de reputação significativas, geradas neste caso por “derrapadas” no posicionamento e escolha equivocada de geradores de conteúdo a quem apoiar. Os fatos demonstram a sensibilidade do momento, que tende a crescer ainda mais num ano em que questões eleitorais e de fim ou não da pandemia deverão colocar o nível de excitação nas mídias sociais em patamares estratosféricos.
Quer saber o que fazer para defender a reputação de sua marca ou negócios neste explosivo ambiente midiático? Aguarde nossas dicas no artigo da semana que vem. Não aguenta esperar? Entre em contato agora com nossos especialistas.
Comments