Necessidade das marcas por relevância, reputação e autenticidade alavancam a força da disciplina
O PR morreu. Ficou totalmente obsoleto. Entrou em crise e, juntamente com a mídia tradicional, perdeu toda sua relevância. O PR morreu, longa vida ao PR.
Tenho orgulho de trabalhar há cerca de 30 anos na indústria de comunicação. Mais exatamente na disciplina que hoje denominamos PR (do termo em inglês Public Relations) ou comunicação corporativa. E, nestas 3 décadas, perdi as contas de quantas vezes ouvi “especialistas” anunciarem o fim do setor. Quanta bobagem. O PR está mais vivo e importante do que nunca. Ainda mais para os que tem a coragem de implementar o que chamamos de Disruptive PR.
SIM, HOUVE UMA CRISE NO PR
Não vou negar que houve uma crise braba na primeira década deste século. A transformação digital abalou todo o setor da comunicação. E, com o PR (que na época era basicamente assessoria de imprensa), não foi diferente. Boa parte das agências e profissionais não sabiam como atuar no ambiente digital. E, quando começaram a aprender, passaram a ter departamentos separados para o on e off line.
Esse cenário, associado à crise dos veículos de imprensa, que viram boa parte de sua verba migrar para os gigantes digitais (Google e Facebook à frente), realmente colocaram um ponto de interrogação de épicas proporções no futuro da indústria. Pelo menos para os que resistiram em se reinventar.
MAS FOMOS SALVOS PELO DIGITAL
O que poucos conseguiam perceber naquele então é que a nova realidade da comunicação iria criar uma nova demanda para... o PR. Junto com a explosão das mídias sociais, influenciadores digitais, informação (praticamente) ilimitada na web e e-commerce surgiram tendências que catapultaram o PR para o centro da comunicação. Neste artigo, vou tratar de 3 delas: relevância, reputação e autenticidade.
PARA GERAR RELEVÂNCIA
A dinâmica da comunicação em rede privilegia os mais relevantes. Veja as mídias sociais, onde quem o poder de influência é medido primariamente pelo número de seguidores. O mesmo se repete nas ferramentas de busca de sites, que posiciona melhor quem tem mais links direcionados para seu conteúdo.
Assim, se antes ser conhecido e lembrado por seu público alvo era chave para o sucesso, agora ter sua marca e a URL de seu site citado por sites de grande tráfego (como portais de notícias) é o sonho dos CMOs preocupados com o posicionamento de SEO. E essa é uma conquista que está entre as entregas mais básicas de um PR bem executado.
CONSTRUIR REPUTAÇÕES
Subindo mais um nível, encontramos a reputação. Outro conceito ancestral que, com a internet, se tornou o ativo não tangível mais importante que uma empresa pode ter. Afinal, as redes sociais e blogs nos levaram à era da hipertransparência, onde todos podem comentar e se posicionar sobre qualquer produto ou serviço. E não demorou muito para consumidores, investidores e mesmo profissionais em busca de um novo emprego aprenderem como usar estas ferramentas para saber mais sobre uma marca antes de decidirem.
Sim, existem algumas técnicas digitais e de guerrilha para tentar “limpar” uma má reputação na web. Mas sua eficiência é bastante limitada (além de, em alguns casos, eticamente questionável). Aqui, uma vez mais, os profissionais de PR são os mais preparados para gerenciar adequadamente a reputação de marcas e organizações. Isso sem falar nos grandes projetos para prevenir riscos e crises de imagem, que aqui na Engaje! chamamos de defesa de reputação.
E, COM O DISRUPTIVE PR, CONTAR HISTÓRIAS REAIS
Finalmente, há alguns anos vemos crescer a demanda por autenticidade no público em geral. Provavelmente um efeito do excesso de pessoas, situações, produtos e ambientes artificialmente perfeitos das redes sociais. Tudo plastificadamente lindo. E irreal. As pessoas mais e mais querem a verdade, o #SemFiltro. Querem entender a história por trás de um produto, o conceito que embasa um serviço, o propósito que move uma corporação.
Ao trabalhar com o real, o PR (originário do jornalismo) é a disciplina melhor posicionada hoje para capitanear a comunicação das marcas. O profissional de PR é um contador de histórias de não ficção, que usa fatos para criar um storytelling relevante e engajador. E essa, juntamente com a visão ampla da comunicação (e da busca por novos ângulos e enfoques) é a raiz do disruptive PR. O presente da comunicação.
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